fbpx

Mistérios da História da Música

Como limpar um piano/teclado?
17 de março de 2018
O Testamento de Beethoven
12 de maio de 2018

A morte de Mozart

Um dos mais apaixonantes e misteriosos capítulos da História da Música é o que se refere à morte do grande gênio de Salzburg Joanmes Chrysostomus Wolfgangus  Theophilus Mozart, (nascido 1756-1791).

Viveu por 35 anos, o bastante, porém, para fazer com que galgasse os degraus da glória e se transformasse num dos maiores compositores de todos os tempos. Cada um dos seus trabalhos pertence ao que há de mais perfeito em seu gênero.

No último ano de sua vida (1971), produziu muito mais do que esperava, em meio desse ano surgiu a “Flauta Mágica“, que fez enorme sucesso. Foi também nesse ano que surgiram ao primeiros sinais da doença que liquidaria o mestre. Houve um enfraquecimento geral do seu organismo, um declínio de vitalidade que se agravava com o fato de que Mozart não parava de escrever, emendando, às vezes, dias e noites.

No mês de agosto (1971), Mozart foi procurado por um desconhecido que desejava que ele compusesse um Réquiem. Mozart aceitou as condições de preço e marcou o prazo para a entrega.

Dias depois o desconhecido apareceu novamente, entregou o adiantamento em dinheiro e nada mais foi dito à Mozart. Neste meio tempo, Mozart precisou parar o Réquiem para compor uma ópera para a coroação do Imperador de Praga. Durante sua estada em Praga, Mozart permaneceu doente o tempo todo. O mestre parecia prever o fim que não estava longe. A ópera não obteve o sucesso esperado.

Com a saúde debilitada, voltou a Viena em fins de setembro. Agravando-se a sua doença, Mozart não pôde mais sair de casa. Foi então que o compositor foi tomado de um pessimismo trágico que não mais o abandonou. Mesmo nesse estado de espírito, trabalhou no Réquiem, pensando que trabalhava para si mesmo, que compunha seu derradeiro canto.

Constança, sua esposa, tentava dissuadi-lo da ideia. Foi levado ao médico que o aconselhou a descansar e parar e parar de compor.

Este conselho foi sábio: Mozart melhorou, sentiu que sua vitalidade lhe voltava e a alegria reaparecia. Com este novo estado de espírito, acreditou, então, que poderia voltar ao Réquiem. Entretanto, com o Réquiem, voltaram às perturbações. Em novembro seu estado agravou-se de tal maneira que não pôde mais sair do leito. Nos últimos 15 dias de sua vida, permaneceu lúcido, resignado, apesar de ansioso por viver.

Na véspera de sua morte, Sofia, sua irmã, achou-o com muita esperança de cura, mas à noite foi terrível, apesar de todo sofrimento, Mozart permanecia lúcido e interessado no Réquium que ele ainda não havia terminado. Explicava a Sussmayer, seu discípulo, passagens da obra, os efeitos dos tambores que ele queria colocar na partitura.

Às duas horas da tarde, amigos vieram visitá-lo e ele pedia que cantassem um trecho do Réquiem. Quando a noite chegou, Sofia voltou para ver o irmão e este pediu que ela ficasse para vê-lo morrer. “O gosto da morte já esta em minha boca; estou com gosto de morte. Quem consolara Constança, se te fores embora”.  Chamaram sua mãe para presenciar a morte do filho.

Em seu leito de morte achavam-se dispersas folhas em que havia trabalhado com todas as suas forças. Era o Réquiem, a música mais pura e perfeita que saiu de sua pena. Não pôde, entretanto, termina-lo e seu discípulo Sussmayer acrescentou as últimas páginas.

Antes de morrer, olhou fixamente sua esposa e lhe disse com lágrimas nos olhos, apontando para o Réquiem inacabado: “Não lhe disse que estava escrevendo isto para mim mesmo?”. A notícia do falecimento de Mozart logo se espalhou pela cidade.

O Barão Van Swieten, amigo de Mozart, se encarregou dos funerais, mas pediu à família que não gastasse muito.

No dia seguinte o modesto caixão foi conduzido através das ruas nos ombros de dois homens. O corpo ficou exposto na Igreja Santo Estevão, onde amigos desfilaram para visitar o compositor.

Mozart foi sepultado no cemitério de São Maixer Linie, perto de Viena. O tempo impiedoso, com o vento e a neve, fez com que os amigos voltassem para casa e não o acompanhassem à derradeira morada. Ninguém acompanhou a carruagem que transportou o caixão, apenas um cão lhe foi fiel.

Anos depois, seu caixão foi transferido para Eisenach, onde se encontra atualmente.

Quanto à doença que o matou, há divergências. Alguns médicos afirmam ter sido febre biliar, outros, febre reumática e outros, tuberculose. O que se estranha é que, com tantos amigos e admiradores, Mozart não tenha tido um ou vários que contribuíssem para as despesas de seus funerais, a fim de que ele se realizasse de maneira mais condigna. Porque nem um deles acompanhou o corpo até o cemitério? Por que não indagaram onde ficava a sepultura?

Não haveriam colocado nem uma cruz, nem o nome de Mozart na sepultura. Perguntas que ficaram sem repostas.

Só 19 anos depois o segundo marido de Constança, Jorge Van Nissen, preocupou-se em procurar a sepultura de Mozart.

Há muitos mistérios envolvendo o sepultamento. Rothmeyer, apreciador de Mozart, teria colocado um arame em volta do caixão para identificá-lo mais tarde. Não há prova de que tal arame tenha passado no caixão e também, não há prova nem que o corpo tenha sido colocado dentro do caixão.

Passado algum tempo, Rothmeyer, abriu o caixão às escondidas e roubou o crânio de Mozart.

De acordo com os regulamentos da época, na Áustria, essas valas comuns eram abertas de dez em dez anos para serem renovadas. Assim, em 1801, Rothmeyer poderia ter se apossado do crânio de uma maneira perfeitamente legal e o ato representa uma homenagem ao compositor.

No final, este crânio passou para Radschopf, e este deu de presente ao irmão, o Jacob Hyrtl, seu irmão.

O Dr. Hyrtl mandou preparar o crânio, colocou-o numa redoma repousando numa almofada de veludo. Escreveu na base: Wolfgang Amadeus Mozart. Morto em 1791, nascido em 1756, Musa Vivat mori! Horaz!”

Depois da morte do Dr. Hyrtl, o crânio desapareceu por sete anos. Em 1901 descobriram-no no Orfanato Hyrtl, em Modling, perto de Viena.

Hoje o Museu Mozart, em Salzburgo, exibe um crânio, que lhe foi oferecido em 1842, como sendo o de Mozart. Mas não há qualquer razão para aceita-lo como autêntico.

O importante é que verdadeiramente comprovada de Mozart, resta sua grandiosa obra. Sua obra e ele próprio.